Contentores num Porto

Segundo dados compilados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), nos primeiros cinco meses de 2021 foram movimentados nos portos do Continente um total de 787,62 mil contentores (+14%) que correspondeu a um volume de cerca de 1,27 milhões TEU (a uma média de 1,61 TEU por unidade) que excedeu em +149,5 mil TEU (+13,4%) o registo efectuado no período homólogo de 2020.

Contentores: Sines, Lisboa e Setúbal crescem a dois dígitos

Para este desempenho do ecossistema portuário do continente contribuiu «a maioria dos portos onde este tráfego se processa com regularidade, sendo Leixões a única excepção, ao recuar –2,7% face ao período homólogo do ano anterior (onde se situa o valor mais elevado de sempre)», explicou a AMT no seu relatório que analisa os dados referentes ao período Janeiro-Maio. Um dos grandes destaques é o Porto de Sines.

O porto alentejano, crónico líder do segmento dos contentores, totalizou +114,4 mil TEU (+18,2%), seguido pelas performances positivas dos portos de Lisboa, com +32,5 mil TEU (+29%), Setúbal com +8,74 mil TEU (+12,9%) e Figueira da Foz, com +1,98 mil TEU (+27,8%). Avaliando a totalidade movimentada – em volume de TEU – assinala–se que Sines mantém uma quota maioritária absoluta, cifrada em 58,7%, superior em +2,2 pontos percentuais (pp) à que detinha no período homólogo de 2020 e encurtando para –0,9 pp a distância à sua quota mais elevada de sempre, apurada em 2017.

Segue–se o Porto de Leixões, com 23,1% (–3,8 pp do que em 2020), Lisboa, com 11,4% (+1,4 pp), Setúbal, com 6% e Figueira da Foz com uma quota residual de 0,7%. O comportamento de Sines é fortemente sustentado nas operações de transhipment que representa 71,3% do volume de TEU movimentado no próprio porto (e 41,8% do total geral), tendo no período em análise registado um acréscimo de +108,6 mil TEU (+25,8%). Tal como refere a AMT, este tipo de tráfego (transhipment) não tem significativa expressão nos portos de Lisboa e Leixões.

Lisboa cresce significativamente no tráfego de hinterland; Leixões com quota líder

No que concerne ao tráfego com o hinterland, a AMT destaca o registo de um acréscimo global de +39,25 mil TEU (correspondente a +5,9%), com contributo mais relevante prestado pelo Porto de Lisboa, que regista um acréscimo próximo de +31,1 mil TEU (+28,1%), seguido por Setúbal, com +8,74 mil TEU (+12,9%), por Sines, com +5,82 mil TEU (+2,8%), e pela Figueira da Foz, cujo acréscimo é de +1,98 mil TEU (+27,8%). No período de Janeiro a Maio de 2021, o movimento com o hinterland no Porto de Leixões reflecte uma diminuição de –8,4 mil TEU (–3%), não obstante, frisa ainda a AMT, o «significativo acréscimo apurado no próprio mês de Maio (+7 mil TEU ou +13,7%)».

Em termos de quotas de mercado no tráfego com o hinterland assinala–se que a liderança é detida pelo Porto de Leixões, com 37,9%, seguido de Sines, com 30%, Lisboa com 20%, Setúbal com 10,8% e Figueira da Foz com 1,3%.

Fonte: Revista CARGO